23 de novembro de 2012

1ª Corrida Popular de Matosinhos - 10k


Foi já no passado domingo, 18 de Novembro, que se realizou a 1ª Corrida Popular de Matosinhos. Uma organização da Junta de Freguesia de Matosinhos, com o apoio técnico do atletas.net. O nome da prova, desde logo deixava antever uma organização essencialmente voltada para as pessoas que encaram a corrida como uma forma de lazer, sem grande espírito competitivo. Ainda assim, a prova era cronometrada, com classificação geral e com prémios para os primeiros classificados. Posto isto, os habituais atletas dos mais variados clubes do norte, naturalmente, marcaram a sua presença.

Apesar de toda a boa vontade por parte da organização em levar a bom termo esta prova, acabou por ter falhas graves, tendo em conta que, afinal de contas, se tratava de uma prova com fins competitivos. O trânsito, que se esperava que estivesse cortado ao longo de todo o percurso da prova, afinal em alguns pontos estava apenas condicionado. Os agentes de autoridade foram tentando gerir a passagem dos corredores e dos automóveis, mas o risco foi elevadíssimo...

Depois foi a caricata lista de classificação publicada no domingo à noite! Havia atletas em que apenas tinham registo da primeira volta, aparecendo com tempos de record do mundo. Outros que reclamavam não aparecer na classificação, como foi o meu caso. Houve até quem se queixasse do seu dorsal ter sido levantado por terceiros... Enfim, nova lista lista publicada na 2ª-feira, no meu caso com o problema resolvido, mas muitas vozes ainda se levantaram quanto a erros na listagem, tendo a organização, aparentemente, sido incapaz de os resolver... 

PB 10k - 38'03''
Apesar destas falhas na organização, eu estive no meu melhor nível.... De sempre! Terminei os 10k com o tempo líquido de 38'03'', na 47ª posição da classificação geral, num total de cerca de 1200 corredores. Há algum tempo que sentia que seria capaz de conseguir baixar dos 40', mas ainda não tinha chegado a oportunidade. Mesmo sem treino específico, estava agora determinado em tentar consegui-lo nesta prova de Matosinhos ou nas que se avizinham, Volta a Paranhos e S. Silvestre. Afinal, foi logo à primeira tentativa e com boas sensações ao longo de toda a corrida, tentando gerir o esforço para não passar para o lado de lá (quem corre, sabe que lado é esse).


Fica então agendada a próxima prova para a 55ª Volta a Paranhos no próximo dia 8 de Dezembro.

Até breve!

1 de novembro de 2012

9ª Maratona do Porto

Manhã fria esta que se fez sentir no domingo, 28 de Outubro, na cidade do Porto. Esperei até ao último instante para tirar a roupa e ficar só com o traje de corrida. Coloquei a roupa no saco fornecido pela organização, entreguei-o na carrinha de recolha e corri até à linha de partida em jeito de aquecimento. Não que estivesse muito preocupado com o aquecimento para a prova, mas sim porque tinha frio... Na rua Júlio Dinis já se sentiam rajadas de vento anunciando que o cenário na marginal, onde se desenrolaria a maior parte da prova, seria bem difícil.

Um minuto depois do tiro de partida, tal era a multidão à minha frente, começava então a correr cruzando a linha de partida sem esquecer de pressionar o botão start do meu relógio/cronómetro de 10 Euros, para uma esperada longa contagem. Quando parto para uma maratona, a sensação é que vou fazer uma viagem, uma aventura... Muitas coisas podem acontecer. Muitas sensações estariam para vir. Por esta altura, o objectivo era chegar ao fim, bem, sem sofrimento excessivo, sem percalços...

Ao km 15... 1h04m... A Maratona começa aqui.
Os primeiros 7 km passam-se muito rapidamente, pois o percurso é praticamente sempre a descer, com excepção dos primeiros cerca de 500 metros iniciais a subir. Estava claramente a um ritmo impossível de manter numa maratona. Mas, porquê ter medo? Era a descer e deixei-me ir... Ao km 10, tinha já deixado para trás o balão das 3h15m e seguia a cerca de 5 minutos do balão das 3h00m.

Pouco depois, na rotunda do Castelo do Queijo, despedimo-nos dos corredores da Family Race de 15km que seguem para a meta pela Av. da Boavista. Aí a corrida fica mais silenciosa. Sinto que a aventura começa ali. É como se acabasse de passar o Cabo da Boa Esperança. Só alguns o ousam fazer. Mas este é fácil de ultrapassar, não obriga a uma trajectória especial. É só seguir as indicações. As dificuldades hão-de vir mais lá para a frente, sei disso, mas acredito que vou ser capaz.

Ao km 21... 1h32... "Mais 2 séries de
10k e já está!"
Por esta altura tento não pensar na distância que ainda tenho pela frente e mentalizo-me que, afinal, uma maratona são apenas 4 séries de 10k e mais 2k de passeio da fama. Eu sabia que era capaz de fazer 10k sem dificuldade. Agora era só repetir 4 vezes! A primeira série já estava concluída e a segunda desenrolava-se a bom ritmo. Apesar do vento forte contra, consegui manter um bom ritmo. Sentia-me bem e passei a meia-maratona com 1h32m e mais uns segundos no relógio. Estava em plena 3ª série e com a moral em alta. O percurso passava então pela ribeira do Porto com muito público a aplaudir.

O km 30 já não apareceu com a mesma facilidade do que o 10 e o 20... A partir daqui começo a ganhar respeito à Maratona. Afinal a 4ª série não vai ser fácil, penso para mim próprio. Mas, era a última! Apesar de tudo, tinha chegado até aqui a um ritmo que não estava à espera. O relógio marcava 2h13m e qualquer coisa, o que dava um ritmo médio de 4'30''/km.

Agora já não era capaz de manter o mesmo optimismo das "apenas" 4 séries. Começo a ficar confuso e ao passar o km 32, dou por mim a pensar que ainda faltam 10k... O ritmo já não é o mesmo. As pernas estão pesadas. Os músculos empedernidos. A passada cada vez mais curta.Tinha faltado ao respeito à Maratona e ela agora estava a cobrar-me. Percebi que ia ser difícil.

Ao km 40... Só mais um esforço!
Mas é ao km 35 que um muro de betão se coloca à minha frente. Estava a pagar muito caro o entusiasmo dos primeiros 2 terços da corrida. De um estado de ânimo forte e optimista passei rapidamente a um estado de espírito de incapacidade de acabar a prova. Agora, a única forma que tinha de o fazer, era empurrando o muro de betão com todas as minhas forças, com todos os meus músculos, com determinação e perseverança. Contei todos os metros que percorri lutando para me manter a correr.

Ao km 37, sou novamente alcançado pelo balão das 3h15m, onde seguia um pequeno pelotão liderado pela Manuela Machado. Tentei integrar-me neste grupo, que outrora me pareceu lento, mas já não dava. O meu ritmo agora era mais lento...

E a estrada foi passando pelos meus pés... Até que no último abastecimento antes da meta, ao km 40, parei para tentar recompor a energia. Mas depois de mais de 3 horas a correr, as pernas já não sabem estar paradas ou a caminhar. Correr é a única solução para por fim ao sofrimento. Já com a meta à vista e algumas dezenas de pessoas a apoiar, ganho nova determinação para chegar à meta. Não conseguia passar daquele ritmo que me parecia lento, mas mantive-me sempre a correr nos últimos 1500 metros a subir a Av. da Boavista, que pareciam nunca mais acabar.

42,195 km!
E, finalmente, a passadeira vermelha! O pórtico! E... stop! 3h18m03s.

Fica a sensação que posso fazer melhor numa próxima oportunidade. Talvez apenas com uma melhor gestão do esforço. Talvez com mais respeito pela Maratona. Talvez com menos vento. Talvez...

Durante aqueles últimos quilómetros, só queria acabar com aquilo o mais rapidamente possível e não voltar a pensar em corridas. Agora que escrevo estas linhas, já só penso quando será a próxima! Quero voltar a sentir!

Afinal, definir um objectivo, lutar e sofrer para o atingir e consegui-lo, é das melhores sensações que se pode ter na vida.

Até breve!





24 de outubro de 2012

Na véspera da prova... Não inventes!

A apenas 4 dias da maratona do Porto, recordo a minha tentativa falhada do ano passado. Dou por mim a pensar se estarei a fazer tudo correcto. A alimentar e a hidratar-me bem. Dou por mim atento a todos os sinais do meu corpo quando corro. Será que no dia da prova me vou ressentir de alguma lesão? Será que me vai doer a barriga?

Por vezes na véspera das provas, sobretudo as mais longas e que nos obrigaram a uma igualmente longa preparação, tendemos a exagerar na preocupação de ingerir hidratos de carbono, beber bebidas isotónicas, etc. O único conselho que dou é não mudar em nada os hábitos alimentares. Estes, obviamente devem ser saudáveis e adaptados à actividade física de cada um, mas isso deve acontecer sempre. Se for só na véspera, não terá efeito nenhum.

Na véspera da maratona do Porto de 2011, na obsessão de ingerir hidratos de carbono, descurei o facto que esse alimento pudesse já não estar nas melhores condições. A crónica que se segue, é um e-mail que enviei a um amigo após a maratona.

Até breve!


"On 08/11/2011, at 11:38, "Pedro Reis" <pedrorreis@hotmail.com> wrote:

(...)
Pois, como te disse, a manhã de domingo foi muito má. Até começar a correr, sentia-me muito bem, mas mal comecei a dar as primeiras passadas apareceram os enjoos. Tentei controlar a respiração para ver se passava, mas a verdade é que ficava cada vez mais mal disposto à medida que os minutos passavam. Até que à entrada da Av. Brasil abandonei o grupo e corri em direcção à praia... 10 minutos depois voltei à estrada e recomecei a correr, mas não me sentia melhor... Até que tive que fazer nova visita às rochas da praia dos Ingleses. 15 minutos depois estava de novo na estrada, na expectativa de poder retomar a corrida, mas foi sol de pouca dura... Voltei ao mar logo após a praia do Ourigo... Desta vez já com mais experiência no procedimento, vesti os calções e desatei a correr pela a areia fora e em tempo recorde estava de novo na estrada. Acelerei o ritmo para tentar recuperar o tempo perdido. Passei os 10km já com o tempo de 1h10. Ainda acreditava que podia chegar ao fim com menos de 4 horas. Nessa altura só pensava em beber água, mas sabia que só a voltaria a degustar aos 15km... Mas as cólicas voltaram e obrigaram-me a parar várias vezes para me baixar e suportar a dor. Agora já não tinha mar, mas sim rio... E o acesso era quase impossível se não quisesse irremediavelmente ficar por lá em convívio com as tainhas... Finalmente a água! Bebi um pouco... Logo a seguir a cólica mais forte que me fez disparar em direcção ao parque de estacionamento da alfândega, onde estacionei por longos minutos... Valeu-me a garrafinha de água para repor a higiene... Desta vez o regresso à estrada deu-se a passo, já completamente fraco e com a moral em baixa. O relógio marcava 1h54... Enquanto pensava no que ia fazer a seguir, uma voz perguntou-me -"Então pá, o que se passa?" - era o meu pai! Let's go home...

Cheguei à meta em tempo recorde, mas apenas para levantar o saco com a roupa e sem direito a brindes nem fotos...

Volto a tentar no próximo ano!

Grande abraço,
Pedro" 

9 de outubro de 2012

Meia-Maratona de Ovar

Só lá estava quem queria, de facto, correr. Não havia figuras públicas de outras áreas da sociedade, normalmente convidados (leia-se pagos) para promover a prova... Ou seja, para promover a visibilidade dos grandes patrocinadores. Estes também não estavam presentes, mas sim as pequenas empresas locais, maioritariamente sociedades unipessoais, que ajudam ano após ano a colocar de pé este evento. Também não se viram as figuras internacionais do atletismo, habitualmente provenientes de países como o Quénia ou a Etiópia. Mas estavam lá os nossos principais atletas que habitualmente representam o país nas maiores competições internacionais. Por ventura, terão até maior impacto no incentivo à participação na prova e na prática de desporto em geral, pela natural maior afinidade cultural e física com a nossa população. Nos minutos que antecedem a partida, sente-se a simplicidade de uma prova de rua organizada por um grupo de amigos. O apresentador da prova poderia não ser a pessoa mais eloquente, mas as suas palavras transbordavam paixão e ansiedade por se aproximar mais uma partida. Esta emoção instala-se na alma dos atletas que se aglomeram na linha de partida. Apesar desta simplicidade, sente-se também um elevado empenho e rigor por parte da organização para levar a bom termo a realização do evento. Facto que tem acontecido ano após ano e com muito sucesso. Apenas não se sente a exuberância de outros eventos realizados nas grandes cidades.

A Meia-Maratona de Ovar ganhou notoriedade assim.  Simples mas com qualidade para os atletas. O percurso é excelente. Sempre com bom piso, passando pelo centro da cidade, por estradas ladeadas pelo pinhal, uma passagem à beira-mar e ainda passando junto à ria. E as pessoas que assistem ou se cruzam connosco na sua caminhada? Fantásticas, transmitindo-nos sempre simpáticas palavras de incentivo.

Claro está que gostei muito de fazer a prova e mais ainda por ter conseguido bater o meu melhor tempo. No final o relógio marcava 1:26:56.

Foi assim no domingo, 7 de Outubro.

Ovar, até para o ano!


1 de outubro de 2012

IV Triatlo Varzim Lazer


A foto diz tudo. Estive lá e, verdade seja dita, levado a reboque pelo excelente desempenho dos meus companheiros da AASM, pela primeira vez na minha "carreira" desportiva no triatlo pisei o pódio, fruto do 3º lugar alcançado pela AASM na classificação geral por equipas. Obrigado companheiros! A sensação foi muito boa, mas melhor mesmo foi fazer os 300 metros de natação, seguidos por 10 km de ciclismo e finalmente 2,2 km de corrida, sempre no red line. É um triatlo diferente que, para além de ser muito rápido, tem a particularidade do segmento de natação se disputar em piscina coberta. Mais uma vez pareceu-me uma porta de entrada para novos praticantes da modalidade.

Em relação ao meu principal adversário, eu próprio, consegui bater o meu melhor tempo nesta distância, terminando em 32'41'' (24º da geral em 70 atletas).

A manhã de sábado começou com 25 km de bicicleta, de casa até à P. Varzim para fazer a prova, e no final mais 25 km para o regresso a casa. O próximo objectivo é a Maratona do Porto a 28 de Outubro, pelo que ontem, domingo, fiz o meu último treino mais longo, 29 km. A partir daqui será sempre a descer o volume de treino.



No próximo fim-de-semana, 7 de Outubro, espero fazer a Meia-Maratona de Ovar.

Até breve.

18 de setembro de 2012

Triatlo Olímpico de Aveiro e Meia do Porto

Aveiro recebeu este fim de semana a comitiva nacional e internacional do triatlo, tendo o programa sido preenchido pelas provas da Taça da Europa de Júniores (disputada na distância sprint 750m+20km+5km) e Campeonato Nacional Individual (disputada na distância olímpica 1500m+40km+10km) no sábado, e pela prova do CN de Clubes disputada no formato de estafetas no domingo.

Com as mais recentes medidas de austeridade anunciadas pelo governo, sobre as quais não me vou pronunciar aqui, uma coisa ficou certa, o meu raio de acção ficou muito mais limitado no que diz respeito à participação em provas de triatlo, por razões óbvias de carácter orçamental... Mas, Aveiro ainda fica abrangida por esta área e lá fui para participar na prova olímpica com o objectivo de acabar "bem" e fazer melhor do que no ano passado. Por esta altura tinha já decidido que iria fazer a Meia-Maratona do Porto na manhã seguinte, pelo que o objectivo do fim-de-semana estava traçado, fazer as duas provas (sábado à tarde e domingo de manhã) e ainda estar totalmente disponível no domingo após a "meia" para as minhas filhotas, o que implicava ficar com uma boa dose de energia ainda...

Menos 33% de atletas à partida
Mesmo tendo em conta que do programa faziam parte provas internacionais, estava com a sensação quando cheguei a Aveiro que havia menos pessoas (atletas e público) nas imediações do parque de transição. Os números não enganam: uma quebra de 33% na lista de inscritos para a prova do CN Individual em relação ao ano anterior.

Foto: Afonso Estêvão
Nº Inscritos        Ano
129                        2012
193                        2011
190                        2010

Não sei se por razões idênticas às que descrevi...

Água muito melhor!
Já muito se disse e se escreveu sobre a qualidade da água na ria de Aveiro. Invariavelmente, os comentários são sempre negativos. Invariavelmente também, desde a sua primeira edição, a federação volta a organizar a prova no mesmo local e acabamos por lá voltar sempre, com alguma reserva é certo, mas na esperança que seja apenas uma situação desagradável mas que não seja prejudicial à saúde. Bem, quem este ano decidiu não ir por receio da água... Arrependa-se! Pois, na verdade, não tenho nada a apontar. A visibilidade continua nula, o que acaba por ser normal. Quanto a maus cheiros ou objectos estranhos, nada. Por vezes, nos treinos de mar em Matosinhos sente-se a água pior do que aquela que encontrámos em Aveiro. O que quer que o município tenha feita, foi bem feito. Aveiro merecia há muito ter esta qualidade.

Foto: Afonso Estêvão
A minha prova
Na partida, a confusão do costume... Enquanto os atletas da frente iniciavam a um ritmo forte, na luta por uma boa posição à entrada do canal, deixei-me ficar um pouco para trás (facto que aconteceria inevitavelmente mesmo que não fosse propositado) e iniciar o segmento de natação com calma e ir aumentando o ritmo com o desenrolar da prova e em função de como me fosse sentindo. A partida acabou por correr bastante bem e sentia que estava a nadar a um bom ritmo nos primeiros 300m (a julgar pela velocidade com que a margem se "deslocava" no sentido contrário), tirando partido do menor arrasto, fruto das "bolhas" criadas pelo grupo que seguia na minha frente. A partir daí, como se de uma selecção natural das espécies se tratasse, aliás como sempre acontece nas competições, as posições de cada um foram ficando definidas e, embora sentisse outros atletas por perto, não houve toques. Excepção feita na bóia de retorno, onde voltou a haver algum aglomerado, mas tudo correu sem problemas. Estava a sentir-me bem, a nadar no meu ritmo e era só manter até ao fim. A cerca de 400m do final, um percalço... Levo um pancada na perna esquerda que me provocou uma cãibra nos gémeos. Algo terá corrido mal na minha alimentação, pois a pancada, por si só, não explica este efeito. Tentei aguentar-me a nadar sem bater a perna esquerda, ou a bater muito devagar e lá acabou por ir ao sítio. Apesar disso, saí da água com uma boa sensação e com o tempo de 33'59'', menos 1'10'' do que o tempo do ano passado e muito menos cansado.

Pernas para que te quero
A partir daí, só deu pernas! Primeiro na bicicleta, onde fui incapaz de alcançar alguém à minha frente, mas mantive o ritmo que estava à espera, 30km/h de média num percurso muito sinuoso de 6 voltas, cada uma com 4 subidas curtas acentuadas, 1 subida longa, 1 descida com vento desfavorável, 4 pontos de retorno e mais umas curvas apertadas. Creio que será um dos percursos mais difíceis do calendário nacional na distância olímpica. Quem diria, sendo Aveiro uma cidade reconhecidamente sem desnível e boa para andar de bicicleta...

Foto: Afonso Estêvão

Depois foi a corrida, onde me sinto mais à vontade e fui recuperando várias posições, com o tempo de 44'35'', correspondendo ao 62º melhor tempo (ou 67º pior tempo), cortando a meta na 96ª posição da geral com o tempo de 2h40'17'' (menos 17 minutos que em 2011 no meu primeiro olímpico). A mazela da natação ficou lá até ao fim, mas deu para aguentar.

Foto: Afonso Estêvão

No final, acabei bem como desejava e já a pensar nos 21,1km que iria correr na manhã seguinte...


Ultrapassar as barreiras da mente
Ao acordar na manhã seguinte, apercebi-me que afinal, apesar de ter terminado bem no dia anterior, o esforço tinha deixado marcas, em particular nos gémeos da perna esquerda. Aquilo que tinha sido apenas uma decisão espontânea em inscrever-me na prova, já se tinha tornado num grande objectivo. Tinha que provar a mim mesmo que seria capaz de correr a meia-maratona, partindo já cansado de uma prova no dia anterior. Desistir não era a opção. Afinal seria um bom treino para a Maratona em Outubro...

A verdade é que depois de um breve aquecimento, senti-me bem e fiz a prova toda de forma confortável, a desfrutar do momento e sem sofrimento, terminando com o tempo de 1h33'37'' (4'26''/km de média), a apenas 1 segundo do meu melhor tempo conseguido nesta prova no ano passado! Afinal, os limites físicos ainda estavam muito longe. Era a minha mente que me estava a colocar barreiras no caminho. Os gémeos choram, mas só pode ser de alegria...




24 de julho de 2012

I Triatlo de Esposende - Crónica



Esposende recebeu este fim-de-semana, 21 e 22 de Julho, a comitiva nacional do trialto. O programa contou no sábado com as provas do Campeonato Nacional Jovem e uma Prova Aberta destinada a atletas não federados, constituída por um segmento de natação de 300 metros, seguido de um segmento de ciclismo de 8km e terminando com um segmento de corrida de 2km. No domingo disputou-se a prova do Campeonato Nacional de Clubes, na distância Sprint (800m de natação, 19.3km de ciclismo e 5km de corrida), contando com a presença de 152 atletas à partida, distribuídos pelos diferentes escalões etários.

Tinha que lá estar
Com o recente crescimento do agregado familiar, o tempo para treinar tem sido reduzido face ao que estava a treinar nos primeiros meses deste ano, continuando à procura de uma rotina de treino. De qualquer forma, as duas últimas semanas de férias para descanso em família ajudaram para aumentar um pouco o volume de treino, tendo mantido o despertador para as 6h30 neste período...

Mas, Esposende é mesmo aqui ao lado e com tão poucas provas realizadas no norte do país, não podia desperdiçar esta oportunidade. Mais... Com a minha recente adesão ao clube de triatlo da Associação Académida de S. Mamede, esta seria a primeira oportunidade de competir com as cores deste grande clube que me recebeu de braços abertos e que desde logo me conquistou pelo excelente espírito de grupo que se sente entre todos os atletas, tornando o ambiente bastante familiar, não deixando, porém, de ser um clube muito bem organizado.

Natação. Pela esquerda ou pela direita?
Hora da partida: 11h45. Pouco habitual nas provas de triatlo mas ao que parece terá sido para aproveitar o início da maré a baixar tornando a corrente favorável ao sentido da natação. Segundos antes da partida confirmei ainda com os meus companheiros, que iriam seguir mais ou menos ao meu ritmo, que seria 1ª e 2ª bóias à direita e a 3ª à nossa esquerda, tal como me lembrava do mapa de percursos e que aqui recordo.


Afinal, a 3ª bóia também era para fazer à nossa direita. Apercebi-me já mesmo em cima com o barco da organização a forçar-me a fazer um desvio de 90º. A mim e a muitos outros atletas. Fiquei sem perceber esta alteração ao percurso. Não sei se a organização fez algum briefing antes da partida... Enfim, foram mais 50 a 100 metros do que o previsto já sem a corrente a ajudar. Ainda assim, à saída da água o relógio marcava um tempo inacreditável de 12'51''. Sem a corrente a ajudar, jamais teria feito estes 800m (e mais qualquer coisa) neste tempo. Só dá mesmo para acreditar quando me comparo com os restantes atletas e confirmo que me mantenho na cauda do pelotão. Saía do PT na posição 124.


Ciclismo
Um percurso totalmente plano e muito rápido (para quem tivesse pernas). O vento fez-se sentir forte de NW tornando mais difícil cerca de metade do percurso, mas claro está, como a outra metade é em sentido contrário, dá para compensar. Senti-me sempre bem, fiz o meu ritmo (média de 31 km/h) e consegui desfrutar do momento. Muito público que se deslocou à marginal para mais um passeio de domingo e acabou por ficar a assistir à prova e apoiar esta nossa espécie que, apesar de em grande expansão, continua a ser rara para o conhecimento da maioria dos cidadãos.

E finalmente a corrida
Aqui fui recuperando várias posições. É, de facto, onde me sinto mais à vontade. O percurso era, uma vez mais, muito agradável e com um piso excelente. Fiz os 5km em 20'25'', o que dá um ritmo médio de 4'05/km, terminando a prova na 100ª posição. Fiquei satisfeito com meu desempenho e, sem dúvida que o facto de estar integrado numa equipa tão simpática me ajudou bastante. Por vezes a simples troca de olhares cúmplices faz-nos ganhar força para darmos ainda mais de nós. Agora que escrevo isto, já só penso "venha a próxima"!



Nota máxima para Esposende que revelou ser um local de excelência, entre outras coisas, para a prática de triatlo e para a organização de um evento destes. Oxalá seja para manter esta prova no calendário dos próximos anos!

Até breve!

18 de junho de 2012

II Triatlo de Espinho


Realizou-se no passado sábado, dia 16 de Junho, a 2ª edição do Triatlo de Espinho, prova disputada na distância Sprint (750m de natação, 20.9km de ciclismo e 5km de corrida) a contar para o Campeonato Nacional de Clubes. Tratou-se, na verdade, do primeiro triatlo de Espinho, uma vez que na 1ª edição, realizada em Outubro de 2011, o segmento de natação foi cancelado devido às condições adversas do mar, tendo a prova sido disputada na modalidade de duatlo sprint.

O evento deste ano incluiu ainda uma Prova Aberta, disputada na distância Super Sprint (300m de natação, 7.26km de ciclismo e 2.5km de corrida), essencialmente destinada a "atletas" não federados que fariam aqui a sua estreia no triatlo. No entanto, esta prova contou apenas com 20 atletas à partida, a maioria dos quais sendo atletas federados dos escalões Júnior e Cadete. Talvez o mar, em particular as condições que o mesmo normalmente apresenta nesta zona do país, seja uma barreira difícil de ultrapassar para atrair novos praticantes a esta modalidade...

Voltando à prova Sprint do CN de Clubes, estiveram presentes à partida 128 atletas, dos diferentes escalões etários, tendo cortado a meta 123. Saíram vencedores, no sector masculino, Rafael Ribeiro, do Alhandra Sporting Clube, atleta ainda Júnior a impor-se a toda a concorrência, e no sector feminino foi Melanie Santos, também do Alhandra Sporting Clube, a levar a melhor sobre as restantes concorrentes.

A minha prova
Desde a minha última participação numa prova de triatlo, a 5 de Maio, no Triatlo Longo de Lisboa, valores mais altos se levantaram na minha vida, pelo que o tempo dedicado ao desporto tem sido diminuto. No último mês, apenas fiz 5km de natação (4 treinos), 49km de ciclismo (1 treino) e 85km de corrida (8 treinos)... Já aqui escrevi sobre o tema "diz-me como treinas, dir-te-ei como competes", mas não podia desperdiçar a oportunidade de participar num triatlo aqui tão perto de casa.

Logo após um breve aquecimento na água pude constatar que nadar naquele mar não iria ser tarefa nada fácil. Sendo a natação uma modalidade em que sou ainda um principiante, qualquer período de paragem, mesmo que seja apenas uma semana, reflecte-se de imediato na forma como me sinto na água. As condições do mar não eram nada para principiantes como fazia entender a bandeira amarela hasteada pelo nadador-salvador...

Natação
Os primeiros cerca de 300 metros em direcção à primeira bóia (em afastamento à praia), mesmo contra as ondas, correram relativamente bem, estando cercado por vários atletas, facilitando a navegação e tirando algum partido da redução da força de arrasto. Entre a 1ª e a 2ª bóia (na direcção paralela à praia), ainda consegui manter-me nesse grupo, mas é na saída da 2ª bóia em direcção à praia que comecei a sentir grandes dificuldades. A praia parecia ainda muito longe, as ondas eram enormes encobrindo por momentos completamente a praia e os edifícios da marginal. Já tinha descolado do grupo em que estava inserido, estava em esforço e parecia que não saía do sítio. Embora cada onda ajudasse a aproximar-me da praia, logo após a sua passagem sentia-me novamente arrastado para o mar. Por momentos, pensei em desistir e pedir socorro ao barco de apoio... Mas é nesse momento que percebo que há mais atletas com dificuldades semelhantes. Houve mesmo quem pedisse ajuda ao barco. Já não faltava assim tanto. Era "só" continuar a nadar com calma, aproveitar as ondas para progredir e, quando a corrente parecia não me deixar avançar, continuar a nadar com calma sem colocar demasiado esforço para a contrariar, pois nova onda viria para me ajudar a progredir mais uns metros. E assim foi até atingir a praia, finalmente, ao fim de 17m24s. Desafio superado!

Ciclismo
O percurso era bastante sinuoso, com muitas curvas, pontos de inversão, subidas e, o pior, zonas de empedrado. Talvez pelo desgaste causado pela natação não consegui andar ao ritmo que estava à espera e a dada altura percebi que naquele dia o meu corpo não dava mais, por isso segui um ritmo confortável na expectativa de que na corrida me sentisse melhor...


Corrida
Não sei se foi do desgaste causado no primeiro segmento da prova, da falta de treino que tenho tido, de uma eventual falta de motivação ou simplesmente não era o meu dia, a verdade é que mesmo a correr, onde normalmente me sinto mais à vontade e consigo recuperar algumas posições, não consegui reencontrar-me, tendo mesmo sentido algumas náuseas...


No final acabei com um tempo modesto de 1h22m31, na 109ª posição da geral e, pela primeira vez, na honrosa última posição do escalão Sénior... Algum dia teria que ser... Como costumo dizer, atrás ficaram os que não conseguiram terminar e os que não tiveram a coragem de tentar. Gosto de ver as coisas pelo seu lado positivo e, nessa medida, fiquei satisfeito com esta participação, uma vez que ao longo da prova tomei consciência do meu limite, mesmo sendo inferior ao habitual, sem tentar irracionalmente contrariá-lo, o que poderia colocar em risco o meu bem-estar e consequentemente levar a uma desistência. Assim, ajustei o meu ritmo e concentrei-me no objectivo de chegar ao fim. Valeu a pena.

7 de maio de 2012

Lisboa Triathlon - Fantástico

Quando iniciei a última volta do segmento de corrida, entrando nos últimos 5,275 km, um misto de sensações começava a apoderar-se de mim... Ora chorava, ora ria à gargalhada! Pensar no que já tinha deixado para trás dava-me motivação e força para continuar. Começava a acreditar que iria ser possível alcançar o objectivo, sem lesões, sem sofrimento excessivo. Afinal estava preparado! Mas, ao mesmo tempo, sentia-me emocionado com o aproximar da meta, não só pelas mais de 5 horas já passadas em pleno esforço físico, mas também por todo o percurso de treino que fiz até ali. Por todas as madrugadas que saltei da cama para treinar, de noite, por vezes a chover... Gosto muito de praticar desporto, nadar, andar de bicicleta, correr... É assim que quero viver, em plena harmonia com a minha vida familiar e profissional, mas, de facto, para chegar até aqui tive que me submeter a algum sacrifício e muita disciplina, precisamente para não abdicar de estar com a minha família. Tinha valido a pena todo esse esforço. Eu sabia que eles iriam ficar orgulhosos de mim, o meu pai, que me acompanhou a Lisboa e se manteve de pedra e cal durante toda a prova a dar-me apoio, a minha mãe, a minha esposa, que só não me acompanhou porque a barriga já impõe respeito e precaução e as minha filhotas Beatriz e Inês, esta ainda na barriga da mamã. Muito obrigado por me fazerem feliz.

Após 5h36m46s e 1.900 metros de natação, 90 km de ciclismo e 21,1 km de corrida, cortei a meta. Que sensação fantástica! Sem dúvida, foi a prova que mais prazer me deu fazer, não obstante os momentos difíceis que foram surgindo com o acumular da fadiga física e psicológica. Um excelente desafio à nossa capacidade de determinação.




Para muitos, mesmo muitos, para além dos 257 que ficaram à minha frente, trata-se de um feito em nada especial... Mas por favor, deixem-me viver este momento! Há bem pouco tempo achava que isto seria impossível para mim...

O Triatlo Internacional de Lisboa é uma prova fantástica. Excelente organização. Um enquadramento paisagístico de excelência. A presença de atletas oriundos de todo o mundo. O preço a pagar por isto parece-me excessivo...



Até breve!


3 de maio de 2012

Rumo a Lisboa

O tão aguardado momento está a chegar... Eu sabia que ao longo do plano de treino este iria parecer não ter fim e o dia da prova parecer nunca mais chegar. E assim foi... Eu sabia que quando chegasse o momento, ao olhar para trás, iria parecer que passou num instante. E assim está ser... E agora, será que estou preparado? A resposta só a vou ter no próximo sábado com o decorrer da prova. Talvez estivesse à espera de, por esta altura, já ter a resposta. Mas, talvez, isto faça parte do desafio. Se eu já soubesse que era capaz, certamente não seria a mesma coisa. Estaria, provavelmente, a definir outros objectivos...

Aqui fica o meu programa para os próximos 2 dias.




















Quanto à despesa, não é uma brincadeira barata... Fica aqui um sumário da despesa efectuada até ao momento. Talvez isto tenha tido impacto na fraca adesão de portugueses, quando comparada com a participação de atletas espanhóis, que certamente terão custos mais significativos na deslocação...








Resta-me então relaxar e aguardar pelo momento, mas confesso que já sinto alguma ansiedade que, provavelmente, se irá intensificar à medida que se aproximar a hora da partida. Algumas dúvidas começam a assolar-me a mente, como, "Será que treinei o suficiente?", "Será que me vou sentir bem?", "Estarei a alimentar e a hidratar-me correctamente?"

Até já!

13 de abril de 2012

Lisboa International Triathlon 2012 - Start List

Já está publicada a Start List definitiva para o Triatlo Internacional de Lisboa. Aqui: /lisboa-triathlon-start-list-2012.pdf

Alguns dados estatísticos:

  • 432 altetas, mais 19 atletas na divisão CEO e 11 equipas de Corporate Chalenge;
  • 18 nacionalidades diferentes;
  • Mais de 50% dos atletas vêm de Espanha;
  • Apenas cerca de 25% dos atletas são portugueses;
  • Sector feminino representado apenas com 8,6%;
  • O grupo de idade com maior participação é dos 35 aos 39 anos, sendo que 65% dos atletas estão entre os 30 e os 44 anos.



5 de abril de 2012

Pela madrugada fora, vou a correr...


A Inês começa agora a ganhar uma dimensão e peso significativos dentro da barriga da mamã, anunciando-nos que em breve estará nos nossos braços. Eu, a mamã e a Beatriz, aguardamos tranquilamente. Mas, a barriga pesa e a mamã, embora em excelente forma, já nem sempre pode corresponder à organização familiar estabelecida que me permitia fazer os treinos de natação 2 ou 3 vezes por semana às 7:00, de corrida 2 vezes por semana às 19:00 e de ciclismo ao fim-de-semana às 8:00.

A partir de hoje, os treinos passarão a ser exclusivamente quando toda a família estiver ainda a dormir. Assim, espero garantir total disponibilidade para a mamã e para a Beatriz.

Ficam aqui os registos do meu treino madrugador de hoje.


Inspirado no tema "Pela estrada fora, vou a cantar...", do filme "Animais Unidos", que a Beatriz tanto gosta e já viu n vezes, hoje saí a cantar "Pela madrugada fora, vou a correr...".

Em breve, a Inês vai nascer, e a partir daí já não haverá madrugada fora... Ou haverá, mas os treinos serão outros! Até lá, mantém-se o objectivo Longo, de hoje precisamente a 29 dias!


21 de março de 2012

Duatlo de Famalicão - DNF

Did Not Finish
Início da 2ª volta do segmento de BTT, num pequeno percurso de piso em paralelo molhado. Os pneus ainda traziam alguma lama agarrada. Tentativa de subir um passeio na diagonal e... dou por mim enfaixado no gradeamento de ferro, da Escola Secundária Camilo Castelo Branco, que teimava em não me largar, fustigando-me o ombro, as costas e a anca, até, por fim, me atirar ao chão... Terão sido breves instantes, mas parecia uma eternidade o tempo em que cada barra do gradeamento foi entrando em contacto com o meu corpo. Terminava assim a minha participação no II Duatlo de Famalicão, no dia 18 de Março de 2012.

Pequena amostra do resultado da queda
Para trás, tinha ficado um primeiro segmento de corrida de 5km em 17'00'' e uma primeira volta de BTT de cerca de 11km a levar constantemente com os habituais do BTT, que tinham ficado para trás na corrida, mas agora passavam-me com toda a facilidade. Bem, nem sempre, houve um que ainda me tocou no braço numa descida e ainda estou para perceber como não caímos os dois...

Ainda na 1ª volta de BTT, por entre uma propriedade privada!


12 de março de 2012

Duatlo de Ourém - As minhas Figuras

As minhas figuras no dia 4 de Março de 2012...

1º Segmento de Corrida. 1ª volta.
1º Segmento de Corrida. 2ª volta.
Ciclismo BTT. Em direcção ao Parque de Transição.
2º Segmento de Corrida.

Meta
Fotos de abtfoto.com.

Mais fotos do evento nos seguintes links:

5 de março de 2012

Duatlo de Ourém TP PORterra - Crónica

Realizou-se ontem, domingo 4 de Março, a 3ª etapa da Taça de Portugal PORterra, desta feita na cidade de Ourém. Prova disputada na distância Sprint, constituída por um primeiro segmento de corrida de 5km, num percurso misto de asfalto, relvado e pedra solta, seguido por um percurso de ciclismo em BTT de 18km num percurso maioritariamente em terra batida, com uma pequena parte em asfalto, mas com um desnível bastante acentuado (um constante "sobe e desce" marcado por uma subida "quase impossível"), terminando com um segmento de corrida de 2,4km.

A chuva apareceu sob a forma de um ligeiro aguaceiro durante os minutos que antecederam a partida e, embora ameaçasse, não voltou a aparecer mais. Dos 238 atletas inscritos, apenas 206 alinharam à partida. Um número cerca de 3 vezes inferior ao registado nas etapas anteriores (Jamor e Lezírias).

No sector masculino, a prova foi ganha por Hugo Ventura, do Clube dos Galitos, com o tempo de 1:03:33 e com apenas 11 segundos de vantagem sobre o 2º classificado, Custódio António, do Garmin Olímpico de Oeiras. A fechar o pódio, Tiago Teixeira, do Clube dos Galitos, a 17 segundos do 1º classificado. No sector feminino, nova vitória do Clube dos Galitos, por parte de Cristiana Valente, com o tempo de 1:15:38, com uma vantagem confortável sobre as 2ª e 3ª classificadas, a Cadete Erica Cardigo (CD Águias de Alpiarça) e a Júnior Rita Lopes (Amiciclo), respectivamente.

A minha prova
O duatlo de Ourém marca a minha estreia em competição no ano de 2012. Depois dos meses de Janeiro e Fevereiro algo atribulados devido a 3 gripes quase seguidas, inscrevi-me nesta prova com o objectivo de fazer um treino rápido e readaptar-me ao ambiente de competição, testando a minha condição física actual. Falo em competição mas tenho plena consciência que a minha condição física não permite pensar em tal... Na verdade, apenas uso estas provas como forma de estímulo para dar o meu melhor e evoluir, tentando tirar o máximo de prazer em praticar desporto. Naturalmente que, estabelecendo referências com os outros atletas, ajuda-me a perceber a minha evolução, mas também onde posso e devo melhorar.

O primeiro segmento de corrida correu-me bem, tendo concluído os 5km com o tempo de 18:24, o que dá um ritmo médio de  3:41/km. Parece-me bom demais para o que eu estava à espera e chego mesmo a duvidar da realidade dos 5km... A ser verdade, isto deve constituir o meu recorde pessoal!

Entrada no parque de transição... E ainda vi um mar de bicicletas, o que levaria a confirmar que estaria a fazer uma boa prova. Como de costume, tinha tentado decorar o sítio onde tinha a bicicleta e lá corri em direcção a ela, mas à medida que me aproximava... Algo estava errado. As letras "Cannondale" pareciam-me vermelhas! Aí pensei - "Pronto, corri rápido demais e agora devo estar prestes a desmaiar...". Mas afinal  esta tinha mesmo letras vermelhas, mas não era a minha! Essa estava 2 ou 3 metros mais à frente e, para alívio meu, ainda tinha as letras pretas.

Já em cima da bicicleta, logo nos primeiros quilómetros surgia uma subida em terra com sulcos quase impossível de transpor. Pelo menos para mim assim foi... Só mesmo com a bicicleta pela mão e mesmo assim com dificuldade. Ao longo de todo o restante percurso de BTT, quer fosse a subir, a descer ou em plano, havia sempre alguém a passar por mim. Não sei se é falta de técnica, preparação física ou mesmo falta de jeito... Bem, pensando melhor, a última vez que fiz BTT foi há... 1 ano no duatlo de Famalicão. Talvez isso explique em parte o meu fraco rendimento neste segmento. Depois de estar na posição 102, caí para a posição 154 após os 18km de BTT, que concluí com o tempo de 1:00:40.

Finalmente, concluí os 2,4km do 2º segmento de corrida com tempo de 9:10, o que daria um ritmo médio de 3:49/km. Um pouco mais lento do que o primeiro segmento (as pernas já estavam mais "pesadas"), mas ainda assim bastante rápido. Talvez a organização não se tenha enganado duas vezes nas distâncias e estou a correr melhor do que pensava...

Cortei a meta com o tempo de 1:28:15, na 152ª posição da geral, numa prova que contou à partida com 206 atletas e terminaram 198.

Diverti-me, dei o meu melhor e não me lesionei!

Até breve!

Resumo







2 de março de 2012

Lisboa International Triathlon - Start List






Já está publicada a Start List provisória para o Triatlo Internacional de Lisboa:

http://www.lisboatriathlon.com/docs/triathlon-start-list-20120301-provisory.pdf

A Espanha para já domina a lista de inscritos.

No que me diz respeito, fui incluído no Age-Group 30-34, mas já faço 35 este ano... Erro da organização já assumido e será corrigido na próxima publicação.


Até lá, seguem-se ainda muitas sessões de treino... Faltam 62 dias!


27 de fevereiro de 2012

Posição Aerodinâmica no Triatlo - O Selim

Pedro Gomes, fonte: federacao-triatlo.pt
A posição aerodinâmica com os braços apoiados nos avanços de guiador, ou "aerobar", obriga a uma posição diferente no selim.

Por um lado, estando o tronco numa posição mais próxima da horizontal, obriga a uma rotação da zona pélvica. Por outro lado, estando os braços e antebraços em ângulo recto entre si, obriga também a um posicionamento mais à frente no selim. Quer isto dizer que os pontos habituais de contacto entre o corpo e o selim são diferentes, pelo que para um maior conforto e, eventualmente melhor performance, existem selins especificamente desenhados para esta posição.

O meu novo selim Fi'zi:k Arione Tri2
Após ter experimentado durante toda a época de 2011 a dureza da zona frontal do meu selim Selle Italia SLR Gel Flow (o que me levava muitas vezes a recuar no selim, assumindo uma posição incorrecta), embora na posição convencional seja bastante eficaz, para a época 2012 decidi experimentar um selim específico de triatlo e acabei por optar pelo Fi'zi:k Arione Tri2.

Para já, após os primeiros 200km, fiquei convencido quanto à melhoria de conforto quando na posição aerodinâmica. Porém, como não há milagres, quando na posição convencional o conforto sai um pouco sacrificado, mas mesmo assim parece-me aceitável. Estou a assumir que o meu corpo se vai a adaptar à nova forma deste selim, pois, na verdade, tenho ficado com algumas dores... Algo que já não acontecia há milhares de quilómetros! Lá está, os pontos de contacto mudaram... Mas, o nosso corpo tem esta capacidade fantástica de adaptação à mudança.

Em resumo, depois de colocados os avanços de guiador, parece-me uma opção acertada colocar um selim de triatlo, como forma de upgrade a uma bicicleta de estrada convencional para as especificidades desta modalidade.


21 de fevereiro de 2012

Posição Aerodinâmica no Triatlo - Os Avanços

Esta é a posição habitual dos ciclistas em etapas de contra-relógio. Na verdade, não é uma simples mudança de posição na bicicleta, em relação à posição adoptada noutras etapas de longo curso, mas todo o equipamento do ciclista e a própria bicicleta apresentam inúmeras diferenças. Todas com vista a reduzir a força de arrasto do conjunto homem-máquina e consequentemente maximizar a velocidade. Então porque é que não usam estas bicicletas em todas as etapas? A resposta é simples. Porque o regulamento  da UCI não o permite. Na verdade, estas bicicletas também não seriam a melhor opção para subir uma montanha, fazer um percurso sinuoso ou andar em pelotão, sobretudo por uma questão de segurança.

Fonte: bicycle.net
Mas, é sobre uma dessas diferenças na bicicleta, apenas, que hoje aqui escrevo: o guiador, em particular os avanços. Estes permitem apoiar os braços de tal forma que obrigam o tronco a ficar próximo da posição horizontal e, por outro lado, quando visto da frente da bicicleta, os braços ficam numa posição mais fechada, fazendo com que a parte do corpo mais larga passe a ser a zona dos ombros e/ou da anca, contribuindo para uma melhor aerodinâmica. Na foto, David Zabriskie numa posição aerodinâmica exemplar, antebraços paralelos à estrada e paralelos entre si, cotovelos próximos, braços perpendiculares aos antebraços, costas praticamente na horizontal.

E porquê no triatlo?
À semelhança de uma etapa de ciclismo em contra-relógio, nas provas de triatlo longo (Ironman e Half-Ironman) os atletas circulam isoladamente, pois não é permitido "andar na roda", isto é, tirar partido do efeito de cone de ar de outro atleta. Nestas provas, é permitido o uso de bicicletas do tipo contra-relógio. Na verdade, no mercado de bicicletas, estas são normalmente designadas como Time-Trial/Triathlon. Para os atletas com aspirações de atingirem um bom lugar, todos os detalhes contam, pelo que a opção de usarem uma bicicleta deste tipo é fundamental.

Triatlo Olímpico, Sprint e Super-Sprint
Em Portugal, nas provas disputadas nestas distâncias, salvo raríssimas excepções, é permitido "andar na roda". O regulamento técnico de triatlo da FTP não é tão restrito quanto à geometria da bicicleta quanto o regulamento de ciclismo da UCI, sendo permitido o uso de avanços no guiador nestas provas. No entanto, estes não podem ser do mesmo tipo das bicicletas de contra-relógio e têm que obedecer ao especificado na alínea g), do 1º parágrafo, do artigo 30º, que passo a citar:

- "Os avanços de guiador serão permitidos se não excederem 15cm além do eixo da roda da frente, se não ultrapassarem a linha imaginária que une as alavancas dos travões e as suas extremidades estiverem ligadas entre si".

Aqui não há consenso entre os atletas. Uns usam, outros não...

Nestas provas os percursos são, normalmente, mais sinuosos, por vezes com várias inversões a 180 graus, e quando inserido num grupo, torna-se perigoso andar com os braços apoiados nos avanços, pois o controle sobre a bicicleta diminui e as mãos estão mais longe das alavancas dos travões. De referir também, que os avanços permitidos para estas provas não podem ter as alavancas de mudança de velocidade incorporadas, ao contrário das bicicletas de contra-relógio. Por tudo isto e com o peso extra na bicicleta que representam, muitos atletas optam por não usar.

Porém, de acordo com a minha experiência, continuo a optar por usar. O peso extra, cerca de 350 gramas, é irrelevante face ao que ainda tenho para evoluir nas pernas... A possibilidade de descansar os braços após o segmento de natação, constitui também um aspecto muito positivo.

Os meus avanços
Afinal, é sobre a minha experiência que este blogue se trata... Optei por colocar uns avanços de guiador na minha bicicleta convencional de estrada do tipo clip-on, isto é, que se montam directamente sobre o guiador original. Existem inúmeras opções no mercado, ao nível dos materiais, geometria, tipo de aperto, com ou sem afinação, mas, poucos cumprem o regulamento da FTP que acima referi. Os que comprei (Vision Carbon Pro Clip-On J-Bend 270mm) também não cumpriam... Ultrapassavam as alavancas dos travões e não eram unidos nas extremidades. Apenas os comprei por se tratar de uma promoção de 70%! Assim, tive que proceder a um retrabalho dos mesmos, cortando-os à medida e fazendo uma união com fita adesiva na extremidade. Até à data, têm passado com sucesso nas verificações técnicas.

As verificações técnicas no triatlo
Chamo mesmo a atenção para o regulamento técnico de triatlo, no que diz respeito aos avanços de guiador, pois os árbitros são instruídos no sentido de terem especial atenção a este pormenor durante as verificações técnicas. E digo-o por experiência própria...

Os avanços que me recuaram
Antes de proceder ao retrabalho dos avanços, ainda arrisquei uma participação num triatlo...

Estava já na praia, junto à linha de partida, com o fato isotérmico vestido, apenas a alguns minutos da partida do triatlo de Quarteira, a tentar descontrair para iniciar a prova com calma... Quando, de repente, um árbitro vem ter comigo a dizer que tenho que ir urgentemente corrigir a posição dos avanços, caso contrário não poderia iniciar a prova! O objectivo de iniciar a prova com calma já tinha ido "por água abaixo"... De facto, minutos antes tinha ficado com a sensação de ter ouvido ou meu nome nos altifalantes, mas de imediato pensei -"que disparate, não pode ser". Enquanto corria desesperadamente em direcção ao parque de transição, passava-me pela cabeça como seria possível, depois de ter feito 600km até ao Algarve com a família, acabar, ou não começar, desta forma, pois eu sabia que os avanços não tinham afinação, não tinha ferramentas ali para os retirar e não teria tempo para as tentar arranjar... O árbitro na primeira verificação talvez não tenha reparado, pelo facto de ter o fato sobre o guiador... Perante isto, o árbitro teve um comportamento extraordinário! Mandou-me de imediato para a partida e, ele próprio, se encarregou de pegar na bicicleta e proceder à remoção dos avanços durante o meu segmento de natação. Quando lá cheguei , a bicicleta estava no sítio certo, pronta para iniciar o segmento de ciclismo. Pena não saber o nome do árbitro mas, mais uma vez, muito obrigado!